O ABC DO AMOR - PARTE 2

Foi uma loucura, realmente uma loucura, eu não estava acreditando que o papai trouxe um cavalo de aluguel para uma festa de 15 anos e ainda armou todo um cenário romântico só pra que eu pudesse me declarar para uma pessoa, tudo graças á postagem melancólica que o Gabriel fez no Facebook da Jú. Valeu Gabriel pela ideia do cavalo, juro que vou me divertir com isso o resto da minha vida.  O bom é que ninguém irá sacar que isso é praticamente um pedido de namoro, todos irão pensar que isso tudo faz parte do roteiro da festa.
Quando cheguei lá fora no pátio do salão, o cavalo estava lá com um instrutor todo uniformizado como se tivesse vindo de Once upon a time, realmente me senti dentro de um conto de fadas. E ele educadamente me olhou e curvou a cabeça numa reverência, como se eu fosse realmente um príncipe, nossa que cafona cara. ( risos )
Após eu me aproximar, o instrutor me preparou para a montaria e disse: - Seu pai me informou que o senhor está hábito a montar no Alazão sozinho, ele é um bom cavalo e respeita com muita eficiência os comandos de quem conduz, bom sorte, tenha um bom jantar com sua princesa.
Eu já montado no Alazão, apenas sorri para o instrutor porque eu não via a necessidade dele me tratar com tanta reverência como se eu fosse realmente da realeza. Fechei os meus olhos, respirei fundo e pensei comigo, vamos Lá Lennart, agora é a sua vez de escrever seu próprio final feliz...
Der repente, um relincho muito forte veio, um barulho muito forte, me virei rapidamente num susto repentino pois estava muito distraído com os meus pensamentos, quando vi, vinha um cavalo branco correndo numa rapidez em direção ao salão de festas, quando se aproximou... não, não posso acreditar... Era o Gabriel.
Desci rapidamente do Alazão, e corri em direção a porta do salão de festa, não... Antes eu tivesse ido embora pra casa pra não precisar ver essa cena lamentável, do Gabriel ajoelhado dando um anel para a Jú enquanto em sua mão direita, ela segurava um buquê de rosas vermelhas. Papai me olhou na distância sem entender nada, mas era notório, minha cara de sem chão já dizia que meu coração estava totalmente destruído. Papai veio andando em minha direção, dei três passos pra trás, balancei minha cabeça e sai correndo porquê pra mim, a festa acabou aqui!

NO DIA SEGUINTE...
domingo, 7hrs da manhã.
O dia amanheceu nublado e um pouco chato, a ressaca ajudava o domingo ficar pior que uma segunda-feira. Fala serio, quem em sã consciência gosta de segunda-feira.
Sr. Pedro acordou muito cedo devido a ressaca do dia anterior, hoje é dia de muito boldo e televisão baixa porque até o som da respiração incomodava. Mas mesmo assim caminhou até a porta do quarto de Léo, bateu na porta e disse: Filho! Bateu mais uma vez, e mais uma vez, outra vez e nada. O garoto não respondia e mesmo assim o Sr. Pedro desabafou; - Filho, eu sei que está me escutando e não quer responder por estar magoado por ontem, eu sinto muito mesmo. Eu juro que se eu soubesse que aquilo iria acontecer, eu jamais teria feito. Perdoa seu pai, abre a porta, queria te dar um abraço!
Sr. Pedro direcionou sua mão até a maçaneta da porta e girou, a porta estava aberta. Antes de abrir de vez a porta pensou por umas três vezes se entraria ou não, afinal não tinha a intenção de ser evasivo, era apenas um pai preocupado com o seu filho. Decidiu abrir a porta, e ao abri la pra sua surpresa o quarto estava vazio, cama ainda com o lençol esticado e sem nenhum vestígio de roupas e o sapato da festa espalhado pelo o chão. Essa é a certeza que Gabriel não dormiu em casa. Mas onde será que esse garoto se meteu? Não foi tão difícil descobrir o paradeiro de Léo, graças ao porta retrato na cabeceira da cama, a foto mostrava onde a Jú e Léo costumavam brincar quando criança, eles batizaram como o castelo da amizade, e lá fizeram um juramento de cuspe, sim de cuspe! Cuspiram em suas mãos e com um forte aperto juraram e prometeram, que não importa o quão o tempo passasse rápido e eles crescessem... Seriam sempre amigos, como no jardim de infância.
Sr. Pedro seguiu até os fundos da casa, até a casa da árvore, subiu alguns degraus e lá estava ele sentado no canto com o pensamento longe, Tão longe que não notou a chegada do seu pai, então bem devagar se debruçou na porta do castelo ainda em cima dos degraus e disse: - Então, você ainda nem dormiu?
- Oi pai, ainda não consegui fechar os olhos. Não paro de pensar naquela cena de ontem. disse encostando a cabeça na parede olhando para a janela.
-Sabe filho, fiquei muito preocupado com você ontem, pensei em bater na porta do seu quarto, mas sua mãe me convenceu a deixar você ter seu momento sozinho. Quero dizer que eu sinto muito mesmo. Eu juro que se eu soubesse que aquilo iria acontecer, eu jamais teria feito. Espero que perdoe seu pai.
- Que isso pai, não tenho  que perdoar o senhor por nada. O senhor não me fez nada de mal, pelo o contrário, o senhor me fez sentir o cara mais forte do mundo, por um momento eu achei que aquela noite seria especial, mas eu falhei!
- E por isso vai desistir? Vai deixar mesmo aquele paspalho chegar na sua garota? Não é porque ele entrou feito louco montado a cavalo dentro do salão e colocou um buquê de flores e um anel na mão dela que significa que você deve desistir da pessoa que você ama dês da primeira vez que você viu. Eu ensinei você a ser um homem corajoso e forte e não um moleque covarde. Então seque esse rosto, levante esse astral e vá atrás da sua garota!
- Pai eu não sei o que eu seria se o senhor não existisse...
- você seria órfão. (risos) Vem cá da um abraço no seu pai! Agora vá atrás da Juliana e diga tudo o que você sente a ela antes que alguém diga na sua frente... Agora eu vou dar um cochilo aqui e antes de sair deixe um bilhete na geladeira pra sua mãe dizendo onde estou, porque se ela achar que quem dormiu fora de casa foi eu, vai ser eu que vou ter que correr atrás da minha garota (risos)
DUAS HORAS MAIS TARDE...
Tomei um bom banho pra despertar e tirar aquela cara de quem passou a noite inteira escutando Pablo o Rei da sofrência, tomei um café reforçado, e coloquei uma roupa maneira e parti pra casa da Jú. Apertei a campainha e abri a porta e gritei; - Alguém já esta acordado nessa casa? E tia Clara gritou da cozinha; - entra Léo, querido!
Entrei, e já na porta vi os sapatos de festa da Jú, como sempre ela deixa tudo espalhado, ai ai garotas e suas fases... Andei até a cozinha e tia Clara estava lavando louça ao som de Padre Fabio de Mello, misericórdia!!! Cheguei falando e disfarçadamente abaixando o volume do rádio.
- Bom dia, tia Clara, vim acordar a Jú pra dar o primeiro bom dia de 15 anos a ela!
- Chegou tarde, Juliana está acordada dês das 7:00 da manhã, Gabriel passou aqui cedo pra buscar ela para irem juntos pra um tal de Sítio do Tucano. Achei até que você tinha ido também, afinal vocês dois nunca se desgrudam, chega ser estranho pra mim saber que ela saiu pra se divertir sem você.
- Pois é tia Clara, se pra senhora é estranho, imagina pra mim? Vou pra casa.
Sério mesmo que a Jú saiu pra se divertir e não teve coragem de me chamar, e ainda foi com o paspalho do Gabriel. Porquê??? Aff... Fui obrigado a gritar, precisava explodir um pouco. Porquê esta dando tudo errado pra mim, por quê? Aonde é que na vida a Jú acordou cedo indo dormir tarde abeça depois de uma festa cansativa? Nunca! Com certeza aquele paspalho deve ter infernizado pra ela sair de casa hoje, e ela como é muito educada foi pra não fazer desfeita e causar má impressão. Aiiii, que ódio!!! A quem estou tentando enganar??? ela foi mesmo porque ela quis. Mas isso não vai ficar assim ou eu não me chamo Lennart Chaves.
SEIS HORAS MAIS TARDE...
Estava deitado no meu quarto pensando na vida, ansioso pra que Gabriel e a Jú chegassem logo pra eu resolver essa palhaçada logo. Eu que não vou ficar me jogando e só tomando na cara. Der repente, um carro da Uber parou em frente a casa da Jú, o que era o mais óbvio, eles chegaram... Desci correndo as escadas e fiquei espiando pela janela da sala, a mesma janela de quando eu a vi pela primeira vez. Gabriel a levou até a porta, ficaram um tempo conversando algumas coisas que não deram pra ser identificadas, só sei que no final ela juntou as mãos como se tivesse com frio, sorriu e deu um beijo no rosto do Gabriel. A unica coisa que eu consegui entender daquela conversa toda é tchau Gabriel, e o paspalho respondendo, tchau minha princesa. Eu só esperei a Jú bater a porta e ele seguir o caminho dele pra eu sair. Fui até ele, e disse:
 - Qual é Gabriel, qual é o seu problema? Ele se virou, e disse cheio de ironia e deboche : - Sabia, que é feio ficar vigiando as pessoas?
- O quê você está querendo com a Jú?
- Nossa veja só ele cheio de autoridade pra
falar, eu só não consigo entender se é o melhor amigo tentando ser um pai protetor ou tentando esconder que está morrendo de ciúmes. Fala sério cara, desencana! olha pra você!
- Como soube do cavalo?
- Ora, Ora, meu amigo! Quando o seu pai chegou lá na xácara do meu tio Bernardo, eu escutei ele pedindo o aluguel do melhor cavalo branco que tivesse para que o filhinho dele que não consegue chegar numa garota direito entrar montado a cavalo no salão pra impressionar a pessoa que diz ser amor da vida dele. O que eu precisei apenas era separar um cavalo pra que eu pudesse entrar no salão no seu lugar e arrumar algum jeito de levar algo pra ela para que a minha entrada triunfal a cavalo não ficasse sem graça. Fui até a casa da Jú, conversei com D. Clara, que eu queria muito poder homenagear a Jú mas estava sem ideia e ela toda enrolada, inocentemente me deu o anel para que eu pudesse colocar no dedo dela e eu ainda tive a brilhante ideia do buquê de flores. E sabe o que é mais divertido? É saber que quem iria levar o anel pra ela, era você! E eu de coração, adorei roubar a cena.
- O que você ganha com isso? você sabe que a Jú tem afinidades com você bem antes de me conhecer... vocês estão juntos dês do jardim de infância, e eu? Cheguei agora! Tem apenas cinco anos.
- Pois é... Você chegou a cinco anos, eu e ela estamos juntos dês dos dois anos de idade. E olha quem foi o príncipe encantado, quem chegou agora e já sentou na janela... Agora você só tem que aceitar que eu venci!
-  E qual é o prêmio? A Jú? Já vi que você não mede esforços pra conseguir o que quer né! Tudo bem, pode ir em frente, você é muito bom num jogo o qual eu não quero entrar... Então, eu vou deixar vocês dois seguirem a vida de vocês mas é melhor você ficar bem longe do espelho, pra não ver o rastro de estragos e inimigos que você vai deixar por onde você passar...
Eu consegui por um momento enxergar o ódio na cara do Gabriel, os olhos dele diziam muita inveja, mas precisava falar tudo que estava engasgado aqui na minha garganta. Mas lá no fundo ele sabia que eu estava certo, os olhos dele se encheram de água, ele frisou os olhos dele bem firme nos meus, respirou fundo, se virou e foi embora.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPITULO... 

Comentários

  1. Caramba.
    Nossa tô encantada
    Texto maravilhoso
    Bem explicado e prende muito
    Faz a gente ler e não querer mais parar

    Por favor a parte 3 rapidooooooo kkkk

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